domingo, 19 de julho de 2009

O QUE SIGNIFICA ADORAR EM ESPIRITO E EM VERDADE

Muitos pensam que para adorar a Deus é necessário estar em um templo cercado de pessoas em atitude reverente. Para elas é preciso um momento de concentração, reforçado com meditação, rezas e orações. É o que chamam de ambiente propício. Este ambiente geralmente surge de um envolvimento emocional promovido pela expectativa de milagres, profecias, manifestações, etc.

"Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (João 4: 24)

O que é a Verdade?

- O que é a verdade? Do ponto de vista filosófico seria quase impossível dar uma resposta satisfatória a esta pergunta. Diante de Jesus Pilatos fez esta mesma pergunta com base em seu conhecimento filosófico de modo sarcástico (João 18: 38).

Porém, deixemos os problemas filosóficos de lado, uma vez que Jesus anunciou que veio dar testemunho da verdade, e que todos quantos deram crédito à sua palavra pertenciam à Verdade (João 18: 37).

O apóstolo Paulo, por sua vez, deixou registrado que Deus é verdadeiro e todo homem mentiroso "De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado" (Romanos 3: 4).

Sabemos que Deus é verdadeiro do mesmo modo que Ele é luz (I João 1: 5; 5: 20). Também sabemos que quem não está em Deus é trevas, ou seja, é mentiroso (I João 1: 5). Através destes versículos percebemos que, quando Paulo disse que Deus é verdadeiro e todo homem mentiroso, ele estava fazendo referência à condição dos homens sem Deus (Romanos 3: 10- 18).

Assim como os pecadores foram destituídos da glória de Deus e passaram à condição de trevas, todos os homens alienados de Deus igualmente tornaram-se mentirosos. Ao dizer que todos os homens são mentirosos, Paulo não estava se referindo a um tipo específico de conduta reprovável pela moral humana. Paulo fez referência à natureza humana decaída herdada de Adão!

Deus é luz, e todos quantos não estão em Deus são trevas. Deus é verdadeiro, e todos quantos não são participantes da sua natureza são mentirosos. Do mesmo modo que a injustiça dos homens contrasta com a justiça de Deus, a mentira dos homens contrasta com a verdade de Deus.

Paulo ao fazer referência ao seu antigo estado de alienação de Deus disse: “Mas, se por causa da minha mentira sobressai a verdade de Deus para sua glória, por que sou eu ainda julgado como pecador?” (Romanos 3: 7). Ora, percebe-se que a condição de pecador é o mesmo que mentira.

Quando analisamos asserções como “Deus é luz”, ou “Deus é verdadeiro”, não devemos analisá-las do ponto de vista científico ou filosófico. Antes, é preciso compreender tais asserções como atributos de Deus. Quando a bíblia estabelece o contraponto: “Deus é luz, e não há nele travas alguma”, a asserção “Deus é luz” demonstra que tudo que não está unido a Deus não tem relação nenhuma com Ele.

Jesus se apresentou como sendo o caminho, a verdade e a vida, ou seja, a única pessoa capaz de estabelecer comunhão entre Deus e os homens "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14: 6). O apóstolo Paulo demonstrou aos cristãos em Roma que todos os homens pecaram e foram alienados da glória de Deus por causa da desobediência de Adão. Jesus, por sua vez, ao se apresentar como o caminho, a verdade e a vida, promove a união dos homens com Deus. O homem por intermédio de Cristo passa a ser participante da glória de Deus.

Jesus compartilhou da sua glória com os que crêem para que possam voltar à comunhão com o Pai “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (João 17: 22), pois tal glória foi perdida quando o homem pecou (Romanos 3: 23).

De posse da glória concedida por Cristo, o homem deixa a condição de mentira e passa a ser verdadeiro, pois está na verdade.

“Em Verdade”

"E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (I João 5: 20)

O apóstolo João é claro ao demonstrar que Cristo é verdadeiro. Além dos cristãos terem ciência (saber) de que o Filho de Deus veio em carne, foi concedido também o entendimento (revelação) para que os cristãos passassem a estar unidos a Cristo (conhecermos).

A idéia da palavra ‘conhecer’ empregada pelo apóstolo João neste versículo é ‘estar unido a...’, ‘em comunhão com...’, 'um só corpo'. Quando lemos que conhecemos a Deus, ou antes, que Ele nos conheceu, é o mesmo que dizer que estamos em plena comunhão com Ele ( Gálatas 4: 9 ). Ex: Quando a bíblia diz que ‘conheceu’ o homem a mulher, ela aponta comunhão íntima, um só corpo.

Quando o homem sem Deus (mentiroso) alcança o entendimento através da mensagem do evangelho, passa a conhecer (comunhão) o que é verdadeiro, ou seja, deixa a condição de mentira e passa a compartilhar da Verdade. João, ciente desta maravilhosa verdade, anuncia: “... no que é verdadeiro estamos...”, ou seja, estar ‘em Cristo’ é o mesmo que estar ‘em verdade’.

A condição ‘em verdade’ é proveniente de uma nova criação, como bem assevera o apóstolo Paulo: “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade" (Efésios 4: 24). O novo homem é criado por Deus ‘em verdadeira’ justiça e santidade. É por isso que todo aquele que está ‘em Cristo’ é uma nova criatura.

Muitos gramáticos são unânimes em reconhecer que a sintaxe e o estilo dos escritores do Novo Testamento possuem características que são próprias e exclusiva do evangelho. Vale salientar uma destas características, pois ela ajudará na composição da idéia 'em verdade'.

A frase preposicional 'em Cristo' no grego é um uso específico do dativo. Como é sabido, antes dos escritores do Novo Testamento não há registro de que alguém dentre os gregos tenha utilizado o dativo preposicionado para expressar idéias como 'em Platão', 'em Sócrates', etc. Somente no Novo Testamento encontramos frases com este uso específico do dativo.

O capítulo 1 da carta aos Efésios aponta este uso do dativo em frase preposicional. O elemento gramatical mais repetido é a preposição grega '', correspondente ao nosso “em”, seguida do dativo 'Χριστ'. Ela vem com o pronome pessoal (“nele”), ou com um nome (“em Cristo”, “no Amado”).

A nova criatura resulta de uma nova criação de Deus. A nova criação é feita em verdadeira justiça e santidade. Cristo é a verdade, e todos que estão em Cristo são igualmente verdadeiros, porque no que é Verdadeiro os que crêem estão ( 1Jo 5:20 Tooltip ).

Com base no que analisamos, adorar ‘em verdade’ é o mesmo que estar em comunhão com Cristo. Ou seja, não se refere à atitude do adorador, ou ao ambiente que o adorador se encontra, antes diz da condição da nova criatura.

Como ser Verdadeiro?

A idéia da verdade, ou do que é verdadeiro que Jesus apresenta não tem relação com sentimento e práticas humanas cotidianas. A idéia de que ser verdadeiro é ser autêntico, ou seja, cercado de virtudes humanas, não se refere à verdade que Cristo estabeleceu.

Para que o homem seja verdadeiro é preciso estar unido a Cristo, em comunhão com Deus. Como? Ora, a comunhão com Deus é estabelecida através da mensagem do evangelho "O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo" (I João 1: 3). O que é que João ouviu e estava retransmitindo aos Cristãos para que tivessem comunhão com Deus? A mensagem do evangelho!

A mensagem do evangelho constitui-se no chamado de Deus para que os homens estejam unidos a Ele "Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor" (I Coríntios 1: 9).

Após ouvir a mensagem do evangelho e crer em Cristo como o enviado de Deus, conforme diz as escrituras, o homem passa a viver 'em verdade'. Passa a compartilhar da vida que há em Deus, como luzeiros no mundo que jaz em trevas.

O homem que crê na mensagem do evangelho é novamente criado 'em verdade'. É produto do milagre da regeneração. O novo nascimento é o acesso (porta) para a glória de Deus. Quem estava alienado, agora passa a ver a glória de Deus, como está escrito: "Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?" (João 11: 40).

Através do ouvir a mensagem do evangelho o homem passa a crer na esperança proposta, ou seja, a fé vem pelo ouvir. O evangelho é poder de Deus para os que crêem, que faz dos homens que eram filhos de Adão filhos de Deus (João 1: 12- 13; Romanos 1: 16). O poder regenerador da fé (evangelho) faz com que o homem passe a compartilhar a glória de Deus (João 17: 22- 23).

Em espírito

“O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3: 6)

Pelo fato de os homens serem descendentes de Adão são designados carnais. Além de possuirem um corpo constituído de carne, a natureza dos homens sem Deus é designada ‘carnal’.

O que é ser carnal? 'Carnal' refere-se à natureza decaída, alienada de Deus, que foi herdada de Adão. Quem é carnal, ou seja, descendente na carne de Adão não pode agradar a Deus. Esta é uma condição intrínseca a natureza herdada de Adão. Por mais que uma pessoa tenha intenção e vontade de adorar a Deus, e não é nascida de novo, conforme o que propõe a mensagem do evangelho, não poderá agradar a Deus (Romanos 8: 8).

Por ser gerada de Adão a tendência nata da carne é a morte. Quando falamos da tendência da carne como sendo morte, não nos referimos à morte física do homem, antes à alienação (separação) de Deus (Romanos 8: 7).

Porém, do mesmo modo que os nascidos de Adão são carnais, os nascidos segundo o último Adão são espirituais. Como? Ora, do mesmo modo que o Espírito Eterno, que fez ressurgir o Cristo dentre os mortos, ele fez ressurgir os que crêem e habita neles (Romanos 8: 9).

Pelo fato de os cristãos terem o Espírito de Cristo, isto indica que também são filhos de Deus, portanto, espirituais. Todos quantos são nascidos de Deus (Espírito) são filhos de Deus (espírito).

Adorar em espírito e em verdade

Muitos pensam que para adorar a Deus é necessário estar em um templo cercado de pessoas em atitude reverente. Para elas é preciso um momento de concentração, reforçado com meditação, rezas e orações. É o que chamam de ambiente propício. Este ambiente geralmente surge de um envolvimento emocional promovido pela expectativa de milagres, profecias, manifestações, etc.

Consideram que adorar a Deus em espírito e em verdade é fruto da emoção, da vontade e do intelecto do homem. Para Eles adoração sem emoção, ou sem intelecto não é adoração, e é possível adorar em verdade sem ter nascido do Espírito, ou adorar em espírito sem ter nascido da Verdade.

Porém, a Bíblia demonstra que, se o homem adora em espírito, concomitantemente ele está na Verdade, e se adora 'em verdade' é porque vive em Espírito! Adoração não é um estilo de vida como apregoam. Adorar em espírito e em verdade só é possível quando se conhece a Deus, ou seja, quando Deus passa a habitar no homem "O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós" (João 14: 17).

Quando é que o homem passa a estar em Deus e Deus no homem, fazendo morada? (I Coríntios 3: 16). Somente após crer na mensagem do evangelho "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa" (Efésios 1: 13).

Muitos se escudam no legalismo, outros no formalismo, sem nos esquecermos dos tradicionalistas. Os emocionalistas acusam os racionalistas, e surgem inúmeras forma de fanatismos. Porém, todos se esquecem que somente os nascidos de novo podem adorar a Deus em espírito e em verdade.

Quando o homem nasce de novo através da mensagem do evangelho, não há um tempo ou lugar específico para adorar. Os verdadeiros adoradores adoram em todo tempo e em todos os lugares.

  • Um verdadeiro adorador não está vinculado a templos, pois é templo e morada do Espírito Santo (I Coríntios 3: 16);
  • Um verdadeiro adorador não necessita de sacrifícios, pois é sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Romanos 12: 1);
  • Um verdadeiro adorador oferta a Deus sacrifício de louvor, ou seja, o fruto dos lábios que professam a Cristo (Hebreus 13: 15);
  • Um verdadeiro adorador não precisa de intermediário, pois exerce sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais a Deus (I Pedro 2: 5);
  • Um verdadeiro adorador não precisa de tempo específico, pois o momento da adoração foi estabelecido quando Cristo chegou entre os homens, em que os verdadeiros adoradores adoram em espírito e em verdade (João 4: 23).

Em suma: para adorar em espírito e em verdade é preciso crer no que anunciou os profetas: “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e criai em vós um coração novo e um espírito novo (...) Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ezequiel 18: 31; 36: 25- 27).

Somente o Espírito Eterno “Então (Deus) aspergirei...” (v. 31), pode purificar o homem através da palavra do evangelho (água pura). O 'aspergir água pura' é o mesmo que nascer da água. Somente Deus pode aspegir a água pura, ou seja, o nascer do Espírito. Somente Deus pode fazer do homem uma nova criatura, com novo coração e um novo espírito (Salmo 51: 10; Isaias 57: 15).

A nova criatura, ou o novo homem em Cristo é gerado de Deus para a sua glória (João 1: 12). Deus cria, forma e faz o novo homem em verdadeira justiça e santidade para a sua própria glória "A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz" (Isaías 43: 7). Somente os nascidos da água e do Espírito, ou seja, da verdade e do Espírito são capazes de adorar a Deus em espírito e em verdade, pois estes foram criados para louvor da glória de Deus, ou seja, adoração verdadeira (Efésios 1: 6; 12 e 14).

O verdadeiro louvor e adoração são provenientes da obra criativa de Deus (nova criatura), pois quem dentre as suas criaturas poderá acrescentar honra, glória e louvor a Deus? É por isso que Deus faz todas as coisas para e em louvor de sua glória!

AMEM.

NAO MATARAS!! e Porque JEOVA matou?

NÃO MATARÁS

Ex. 20:13

Este é o sexto mandamento da lei de Jeová. Quem lê os dez mandamentos da lei de Jeová fica com a forte impressão de que não são apenas ordens a serem obedecidas e cumpridas, mas também encontramos neles, de forma singela, o caráter moral de Deus na sua mais pura impressão. O decálogo é a fotografia escrita de Jeová.
Quando Jeová diz: NÃO MATARÁS, ele está afirmando que não quer a morte do homem.

“Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová convertei-vos pois e vivei” (Ez. 18:32).
“Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Jeová: não desejo antes que se converta dos seus caminhos e viva? (Ez. 18:23).
“Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva: convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez. 33:11).

Estas declarações de Jeová Deus nos fazem compreender o valor que o criador dá ao homem ímpio, isto é, não bom, que é o que quer dizer a palavra ÌMPIO. O ímpio é o pecador perdido. Com estas três declarações, Jeová Deus nos leva a entender o valor da alma humana aos olhos de Deus. É tanto esse valor que o apóstolo João diz:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).

Paulo apóstolo diz: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores; dos quais eu sou o principal” (I Tm. 1:15).
E continua falando o grande apóstolo dos gentios:

“Que diremos pois a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm. 8:31).
Deus é a favor do ímpio, isto é, do pecador perdido. Por isso Jeová Deus declarou que não quer, não deseja e não tem prazer na morte do ímpio pecador, antes quer e deseja que o ímpio se converta dos seus maus caminhos e viva, por isso fala pela boca de Isaías, dizendo:

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta a Jeová que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is. 55:7).
Jeová ama os homens e não quer matá-los, então, nas tábuas da lei, escreveu o sexto mandamento: NÃO MATARÁS. Ele, que se diz o criador dos homens, não quer que o homem morra, e assim proíbe o próprio homem de matar o semelhante. Mesmo antes de dar sua divina lei, Jeová aborrecia o homicídio, e Caim recebeu a maldição de Jeová por ter matado a seu irmão Abel.

“E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue de teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra” (Gn. 4:10-12).
É um crime hediondo tirar a vida do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Logo após o dilúvio, disse Deus a Noé:

“E certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo animal o requererei; como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem” (Gn. 9:5-6).

A vida do homem é tão importante, que mesmo de um animal selvagem e sem entendimento algum, Deus vai requerer a vida do homem morto.
Se Deus, nas páginas das Sagradas Escrituras, dá tanto valor à vida do homem, tanto no Velho como no Novo Testamento, e se o próprio Jeová proíbe tirar a vida do homem, então pergunta-se:

1- Por que Jeová matava e destruía os homens? Gn. 6:7
2- Por que os matava com requintes de vingança? I Sm. 15:2-3
3- Por que matava inocentes? Is. 14:21
4- Por que ensinava a matar? Dt. 13:6-9
5- Por que Jeová se deleitava em matar e destruir? Dt. 28:63

A graça sobre os do Novo Testamento e a falta da graça sobre os do Velho Testamento comprometeu a justiça de Deus. Era o próprio Jeová quem matava os homens. Ele era bom para uns e mau para outros.

“Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo: eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro; e ninguém há que escape da minha mão” (Dt. 32:39).
Analisemos um caso envolvendo o caráter do Deus Jeová. Quando Caim matou Abel, Jeová lhe chamou a atenção dizendo que a terra abriu a boca para receber o sangue de Abel (Gn. 4:8-12). Caim, até a morte, se tornou maldito de Jeová. Mas no livro de Números temos uma história semelhante. Leiamos o trecho:

“E Coré, filho de Jizar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã, e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rubem, e levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, maiorais da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome. E se congregaram contra Moisés e contra Arão, e lhes disseram: Demais é já, pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e Jeová está no meio deles: por que pois vos elevais sobre a congregação de Jeová?” (Nm. 16:1-3).
Foi uma rebelião. Aqueles três homens queriam tomar à força o lugar de Moisés no comando da congregação de Israel. Depois de uma discussão, Moisés ordenou ao povo que se afastasse das tendas daqueles três homens. Datã e Abirão se puseram à porta das suas tendas, juntamente com suas mulheres, e seus filhos e suas crianças (Nm. 16:27).

“Então disse Moisés: Nisto conhecereis que Jeová me enviou a fazer todos estes feitos, que do meu coração não procedem. Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como se visitam todos os homens, então Jeová me não enviou. Mas se Jeová criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então conhecereis que estes homens irritaram a Jeová. E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu; e pereceram no meio da congregação” (Nm. 16:28-33).

Caim se irou contra seu irmão Abel e fez com que a terra abrisse a sua boca para receber o seu sangue, fato este reprovado e condenado por Jeová. Mais tarde, Jeová, irado contra Coré, Datã e Abirão, faz com que a terra abra a sua bocarra e engula vivas famílias inteiras incluindo mulheres, filhos e crianças? Matar os filhos, pelos pecados dos pais era proibido pelo próprio Jeová na sua lei dada a Moisés no monte Sinai.

“Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada qual morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16).
Que se pode esperar de um povo cujo governo não respeita as próprias leis? Façam o que eu digo e não façam o que eu faço? Jesus, sobre este comportamento diz as seguintes palavras:

“Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam;” (Mt .23:2-3).
Estaria Jesus fazendo alguma alusão, ao comportamento de Jeová, que trouxe à luz várias gerações de hipócritas? Uma coisa jamais poderá ser negada ou contestada. Jeová pecou contra o seu próprio mandamento, mas não pode ser julgado e amaldiçoado como Caim. O que mais compromete a justiça de Jeová é o fato de afirmar que não tem prazer na morte do pecador, antes deseja que se converta dos seus maus caminhos e viva. Esta afirmação parece hipócrita quando mata indiscriminadamente crianças inocentes e que nunca pecaram, só porque Jeová aborreceu os pais.

Essa história de aborrecer é algo que não fica bem para um Deus. Não se coaduna com a natureza de Deus. Aborrecer é sentir horror a alguém, abominar, detestar, desgostar, sentir aversão, enojar-se, etc. Aborrecer ou amar são movimentos da alma imperfeita dos seres humanos. As almas só evoluem, quando se libertam dessas paixões inferiores, e aprendem a perdoar, amar, esperar. Um homem só é racional quando não se deixa dominar por um ímpeto negativo. Um homem educado não revela nos seus atos nada que possa comprometer a sua dignidade diante dos outros, mas um homem verdadeiro não pensa nem sente nada que possa escandalizar a sua consciência. Um homem educado tem vergonha em público, mas um verdadeiro homem tem vergonha de si mesmo; ter vergonha só em um público é ser hipócrita. Até as meretrizes se vestem em público.

Aborrecer o próximo é próprio das pessoas ignorantes e medíocres. O apóstolo João, chamado apóstolo do amor, aquele que estava sempre recostado no peito de Jesus, e aprendeu na escola do amor do Mestre dos mestres, nos ensina os seguinte:

“Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (I Jo. 2:10-11).

“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanecente nele a vida eterna” (I Jo. 3:14-15).

Aborrecer alguém, à luz do Evangelho, é um sentimento tão baixo e mesquinho, que o apóstolo do amor enquadra como homicídio. O Deus, que Jesus Cristo veio revelar, e a quem chamava PAI NOSSO, nunca aborreceu ninguém pois ama a todos, bons ou maus, justos ou injustos, sãos ou doentes, santos ou pecadores. Esse amor de Deus é expresso no Evangelho de João com as seguintes Palavras:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).
Querendo o apóstolo João deixar bem clara a verdadeira natureza do Deus Pai revelado em Jesus Cristo, continua dizendo:

“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é caridade” (I Jo. 4:7-8).

É pena que Jeová aborreça seus filhos - Salm.11:5 e 78:59.
Jesus Cristo, cuja missão foi revelar o Pai, o reino do Pai, a vida eterna que está no Pai e o amor que vem do Pai, afirma que para se descobrir quem é o Pai não se deve esmiuçar textos comparativos do Velho e Novo Testamento para provar convicções teológicas. Assim como pelo fruto se conhece a árvore, pelas obras se conhece o verdadeiro Deus. Leiamos as declarações de Jesus, quando Filipe lhe interrogou dizendo:

“Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta” (Jo. 14:8).
“Disse-lhes Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? quem me vê a mim vê o Pai: e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o
Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai em mim: crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras”(Jo. 14:8-11).

Jesus está ensinando que o verdadeiro Pai não é conhecido por palavras, profecias, afirmações pessoais, demonstrações de poder, juízos, destruições, mortandades, pestes e pragas, mas pode ser conhecido através das obras de Jesus Cristo, isto é, através das obras do amor. Disse Jesus aos religiosos da sua época:

“Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? (Jo. 10:32).

“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim, eu nele” (Jo. 10:37-38).

“Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim” (Jo. 10:25).

As obras de Jesus, que são as mesmas do Pai que o enviou, são as obras do amor. Jesus a ninguém aborreceu e nem odiou, nem condenou. Jesus nunca julgou ou matou alguém. Quanta paciência, quanta humildade, quanta misericórdia! Suas palavras eram: Nem eu te condeno, vai-te em paz e não peques mais. Teus pecados te são perdoados. A salvação entrou nesta casa. Vinde a mim os cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Eu e o Pai somos um, repetia constantemente.

Jesus era imutável. Era o verdadeiro amor (Jo. 10:30).
O Pai é o que Jesus é, e nunca foi diferente, por isso está escrito:

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb. 13:8).
“Toda a boa dádiva, e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17).
Jeová, ao contrário do Pai e do Filho, sofre mudanças tremendas.
Provemos na páginas Sagradas da Bíblia com as palavras de Jeová.

“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho” (Os. 11:1) .
“Deus ouviu isto e se indignou; e sobremodo aborreceu a Israel” (Sl. 78:59).
Como pode um pai que ama o filho, aborrecê-lo? Alguém vai tentar explicar que o filho era desobediente. O problema, porém, não está na desobediência do filho, mas no caráter mutável de Deus Jeová, que se contrapõe ao amor imutável de Jesus e seu Pai, como lemos acima. Há outros textos bíblicos que revelam o ódio de Jeová:

“Jeová prova o justo; mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência” (Sl. 11:5).

“Jurou o Senhor Jeová pela sua alma, o Senhor Deus dos exércitos: Tenho abominação pela soberba de Jacó, e aborreço os seus palácios; e entregarei a cidade e tudo o que nela há” (Am. 6:8).

“Os loucos não pararão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a maldade” (Sl. 5:5).

“Eu vos amei, diz Jeová; mas vós dizeis: Em que nos amaste? Não foi Esaú irmão de Jacó? disse Jeová; todavia amei a Jacó e aborreci a Esaú: e fiz dos seus montes uma assolação, e dei a sua herança aos dragões do deserto” (Ml. 1:2-3).

Aborrecer, como dissemos, é odiar, detestar, abominar. Temos assim, duas coisas incompatíveis com a natureza de um Deus. A primeira é aborrecer, sentimento que no Novo Testamento é ser cego, homicida e andar em trevas (I Jo.2:11 e 3:15). É possível que o apóstolo João estivesse enquadrando Jeová e seus seguidores, isto é, todos quantos, por não receberem o amor do Pai e de seu Filho, andam em trevas e aborrecem seus desafetos. Lemos no livro de Exôdo:

“E o povo estava em pé de longe: Moisés, porém, se chegou à escuridade onde Jeová estava” (Ex. 20:21).

Davi nos revela em seus salmos que Jeová se oculta nas trevas:

“Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus” (Sl. 18:11).

Ocultar-se nas trevas é condenado por João no seu Evangelho:

“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz para que as sua obras não sejam reprovadas” (Jo. 3:19-20).
A lei dada por Jeová foi reprovada no Novo Testamento:

“Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb. 7:18-19).

Leiamos algumas passagens que comprometem a lei e Jeová:

“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20) - Palavras de Paulo.

“Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte” (Rm. 7:5).

“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;” (Rm. 8:3).

“Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co. 15:56).

“Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl. 3:10).

Jesus, conhecedor dos propósitos do Pai, conclui dizendo:

“A lei e os profetas duraram até João: desde então é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele” (Lc. 16:16 ).
Sendo a lei tão danosa para o homem, dá para se entender porque Jeová a deu do meio das trevas, pois as obras da lei não aperfeiçoam:

“Estas palavras falou Jeová a toda a vossa congregação no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, e nada acrescentou: e as escreveu em duas tábuas de pedra, e a mim mas deu. E sucedeu que, ouvindo a voz do meio das trevas e vendo o monte ardente em fogo, vos achegastes a mim, todos os cabeças das vossas tribos, e vossos anciãos;” (Dt. 5:22-23).

Voltando atrás, quando Jeová fez a terra abrir a boca para tragar vivos Coré, Datã e Abirão, com suas mulheres, filhos e crianças (Nm. 16:17). Após a injusta morte das mulheres, filhos e criancinhas, saiu fogo de Jeová e consumiu os 250 homens, todos maiorais da congregação e varões de nome (Nm. 16:2, 35)!

É preciso ressaltar que os filhos de Coré não morreram conforme Nm. 26:9-11. Este fato revela, uma discriminação de Jeová, pois Coré foi o cabeça da rebelião e Datã e Abirão pereceram com seus filhos e mulheres..

É preciso lembrar que o próprio povo de Israel, estava traumatizado com uma destruição em massa executada pelo furor de Jeová, cuja metodologia era irritar e tentar naquele deserto ardente, com o fim de testá-los.

“E te lembrarás de todo o caminho pelo qual Jeová teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram: para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca de Jeová viverá o homem” (Dt. 8:2-3).

Dois ou três milhões de pessoas, incluindo as crianças, vagueavam pelo deserto, debaixo de um sol abrasador, sem comida e sem água. Imaginemos um milhão de crianças choramingando e pedindo comida aos pais. É evidente que os pais, uns inflamados pelos outros murmuravam. Leiamos o texto:

“Então levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite. E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Aarão; e toda a congregação lhe disse: Ah! se morrêramos na terra do Egito! ou, ah! se morrêramos neste deserto! E porque nos traz Jeová a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos aos Egito? E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão, e voltemos ao Egito” (Nm. 14:1-4).

Este clamor chegou aos ouvidos de Jeová, que cheio de ira e furor, disse:

“E disse Jeová a Moisés: Até quando me provocará este povo? e até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei: e farei de ti povo maior e mais forte do que este” (Nm. 14:11-12).

Nenhum leitor da Bíblia poderá perceber no caráter de Jeová algum vestígio de amor, bondade, misericórdia e longanimidade.
Mas Moisés, que amava realmente o seu povo, tenta dissuadir Jeová da fúria assassina, implorando

“E disse Moisés a Jeová: Assim os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. E o dirão aos moradores desta terra, que ouviram que tu, ó Jeová, estás no meio deste povo, que de cara a cara, ó Jeová, lhes apareces, que tua nuvem está sobre eles, e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. E se matares este povo como a um só homem, as gentes pois, que ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto Jeová não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isso os matou no deserto. Agora, pois, rogo-te que a força do meu Jeová se engrandeça; como tens falado, dizendo: Jeová é longânimo, e grande em beneficência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente, e visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração. Perdoa pois a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua benignidade: e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui” (Nm. 14:13-19).

Jeová então responde a Moisés dizendo:

“E disse Jeová: Conforme à tua palavra lhe perdoei” (Nm. 14:20).
O furor homicida de Jeová era maior que o perdão concedido. Jeová continua falando a Moisés:

“Dize-lhes: Assim eu vivo, diz Jeová, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos e para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes. Não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, meterei nela; e eles saberão da terra que vos desprezastes. Porém, quanto a vós, os vossos cadáveres cairão neste deserto” (Nm. 14:28-32).

Uns morreram de praga (Nm. 14:37) e outros de maldição. Foram centenas de milhões morrendo no deserto pelo ódio vingativo de Jeová. Esse método violento e homicida só poderia produzir mais rebelião. Logo em seguida levantaram-se Coré, Datã e Abirão com mais 250 varões de renome. Eles queriam a qualquer custo se livrar da tirania daquele Deus matador.

Jeová não sabia que só o amor constrói. O homem não é movido pela violência, mas pelo amor.

Não há lei, não há castigo, não há repressão, não há mortandade que possa conter a criminalidade em uma sociedade violenta. Mas Jeová insistiu no seu processo de repressão matando aquelas três famílias e fulminando com fogo do céu os duzentos e cincoenta varões.
O resultado desta chacina se fez sentir imediatamente.

“Mas no dia seguinte toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Aarão, dizendo: Vós matastes o povo de Jeová” - Núm.16:41.

Jeová então mandou uma praga que matou mais quatorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Coré (Nm. 16:49).

Onde está, Jeová a tua, benignidade, beneficência e longanimidade, onde está o teu perdão e a tua salvação? Qualquer que ler o Velho Testamento vai fazer esta pergunta, e vai também perceber que o Pai, revelado por Jesus Cristo ama a todos (Jo. 3:16) e os amou quando ainda Jesus não tinha descido a este mundo tenebroso, e os pecadores eram odiados por Jeová.

Provemos:

“Mas tu dize-lhes: Assim diz Jeová: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém. E fá-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz Jeová: não perdoarei nem pouparei, nem terei deles compaixão, para que os não destrua” (Jr. 13:13-14) - Este é o ódio de Jeová.

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).

“Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou o seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10) - Este é o amor do Pai.

Uma coisa fica provada. Jeová, que na sua lei colocou o mandamento NÃO MATARÁS, matava culpados e inocentes, velhos e crianças, e assim pecava contra si mesmo, invalidando a sua lei.

O Pai é amor (I Jo. 4:8) e não poderia ter dado a lei, pois na lei só há justiça e não amor. A lei anularia o amor do Pai e a graça que está sobre todos os homens conforme Tito 2:11.

Por outro lado, Jesus mudou a lei, abrogando-a:

“Um novo mandamento vos dou: Que vos amei uns aos outros: como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo. 13:34).

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar.

Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca

Moisés falou de sacerdócio” (Hb. 7:12-14).

Cristo é um com o Pai, e mudando a lei provou que não é um com Jeová; e está escrito que a lei de Jeová é a verdade.

“A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (Sl. 119:142).
Ora, a verdade não pode ser mudada, e assim Jesus discorda da verdade de Jeová.

Se o Pai fosse o autor da lei, ao decretar a graça sobre todos os homens, teria mudado e assim não seria Deus, pois Deus não sofre mutações nem variações conforme Tg. 1:17:

“Toda a boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.
Passemos, entretanto, às múltiplas formas usadas por Jeová para matar, ao que o apóstolo Paulo chama MINISTÉRIO DA MORTE.

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória” (II Co. 3:7).

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm. 5:18).

Jeová condenou todos em Adão e Eva, e Cristo anulou a condenação (Jo. 3:16).

1- Jeová matava através de seus juízos. Matou toda a humanidade no dilúvio. E qual foi o motivo? Sexo desordenado e maldade.

“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn. 6:2).

“E viu Jeová que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn. 6:5).

Corrupção da carne: “E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn. 6:12).

Crime e violência:

“A terra porém estava corrompida diante da face de Deus: e encheu-se a terra de violência” (Gn. 6:11).

Naquele tempo os homens só pensavam em comer e beber, casar e descasar:

“Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,” (Mt. 24:38)
Por estes pecados Jeová destruiu toda a humanidade segundo a Bíblia.
Veio Jesus Cristo e revelou o amor e a graça do Deus Pai.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16)

“Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:9-10).

“E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é caridade; e quem está em caridade está em Deus, e Deus nele” (I Jo. 4:16).

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11).

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Co. 5:19).

“Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graça por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:1-4).

“Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10).

Jesus revelou uma face diferente de Deus, isto é, um Deus que não imputa pecado, não condena, não mata, não se ira, não destrói e não amaldiçoa. Pois bem, desde os dias de Jesus Cristo até hoje os homens praticam sexo desordenado; a maldade se multiplicou mais do que no tempo de Nóe; os pensamentos e imaginações não dão para medir, pois 90% da Internet é sexo. Existe a pornografia infantil, revistas e vídeos de todos os tipos. Canais de T.V. até com aberrações e bestialidades envolvendo o sexo.

As violências, crimes e atrocidades cometidas por paranóicos e anormais são de estarrecer. Lá casavam e davam em casamento. Aqui trocam de mulheres, ou se juntam diversos casais para orgias inimagináveis. Fala-se em sexo oral abertamente diante das crianças nos meios de comunicação. Não há mais moral. Homossexualismo é tolerado e tramita pela câmara dos deputados propostos para legalizar essas uniões que violam a natureza e denunciam sensações mórbidas.

E a graça de Deus cheio de amor impera sobre esse caos tenebroso a dois mil anos. Antes de Jesus Cristo era o Deus matador, e depois de Jesus Cristo é o Deus doador da vida. E Paulo

Apóstolo diz:

“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm. 5:20).

Antes de Cristo, quanto mais pecado mais destruição, e depois de Cristo, quanto mais pecado mais graça. Deus mudou? Se mudou foi injusto para os que viveram antes de Cristo, pois diz a
Bíblia que a morte reinava.

“Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só — Jesus Cristo” (Rm. 5:17).

Ou Deus muda como os homens, e nesse caso não merece crédito, ou Jesus veio desbancar o matador e revelar o Pai, doador da vida a todos.

“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por ÚNICO DEUS VERDADEIRO, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17:3).

No Velho Testamento, os idólatras eram punidos com a morte.

“Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que te é como tua alma, dizendo te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; Dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade; Não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás; mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar; e depois a mão de todo povo; E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar de Jeová teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt. 13:6-10).

Os adúlteros eram punidos com a morte.

“Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher: assim tirarás o mal de Israel” (Dt. 22:22).

O sodomitas eram punidos com a morte - “Então Jeová fez chover enxofre e fogo, de Jeová desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. E derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra” (Gn. 19:24-25).

No Novo Testamento, todos estes estão debaixo da graça e do amor de Deus e são justificados e santificados para a salvação pela fé.

“Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os afeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo espírito do nosso Deus” (I Co. 6:10-11).

É de se notar que Jeová destruiu Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim, sem dar chance à uma criança. E os varões de Sodoma, respeitavam as virgens, coisa que hoje não acontece, como por exemplo, as duas filhas de Ló eram noivas e virgens. Leiamos:

“Então saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos saí deste lugar: porque Jeová há de destruir a cidade. Foi tido também por zombador aos olhos dos seus genros” (Gn. 19:14)

Quando os habitantes de Sodoma, tanto moços como velhos, queriam praticar sexo com os anjos, Ló lhes disse:

“Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à
sombra do meu telhado” (Gn. 19:8).

Como lemos acima, os futuros genros de Ló respeitaram a virgindade das noivas, logo tinham bons princípios e poderiam até ser regenerados. Mas Jeová não deu chance a ninguém. Foi decretado um juízo geral com ira sobre aquelas cidades de doentes.

“E toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que Jeová destruiu na sua ira e no seu furor” (Dt. 29:23).

2- Jeová matava através das guerras e se autodenominou: O Senhor dos Exércitos. E por que este nome? Porque todos os exércitos estão sob seu comando. Desde os exércitos dos insetos e animais nocivos, até os exércitos humanos.

“A Jeová dos Exércitos, a ele santificai: e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro” (Is. 8:13).

“E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a aruga, o meu grande exército que enviei contra vós” (Jl. 2:25).

“Também enviarei vespões diante de ti, que lançem fora os heveus, os cananeus, e os heteus diante de ti” (Êx. 23:28).

Os exércitos do assírios estavam sob o comando de Jeová para matar.

“Eis que Jeová fará vir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as ribanceiras; e passará a Judá inundando-o, e irá passando por ele e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel. Alvoroçai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de longes terras: cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em pedaços” (Is. 8:7-9).

Os exércitos dos caldeus estavam debaixo do comando de Jeová para matar e destruir.

“E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei da Babilônia, MEU SERVO: e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma pela sua mão” (Jr. 27:6-8).

Os exércitos dos medos estavam sob o comando de Jeová para destruir, matando velhos e crianças inescrupulosamente.

“Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor de JEOVÁ DOS EXÉRCITOS, e por causa do dia da sua ardente ira. E cada um será como a corça que foge, e como a ovelha que ninguém recolhe: cada um voltará para o seu povo, e cada um fugirá para sua terra, todo o que for achado será traspassado: e todo o que for apanhado, cairá à espada. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos: as suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas. EIS QUE EU DESPERTAREI CONTRA ELES OS MEDOS, que não farão caso da prata, nem tão pouco desejarão ouro. E os seu arcos despedaçarão os mancebos, E NÃO SE COMPADECERÃO DO FRUTO DO VENTRE; O SEU OLHO NÃO POUPARÁ OS FILHOS” (Is. 13:13-18).

Os exércitos dos persas estavam sob o comando de Jeová também.

“Assim diz Jeová ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante da sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão” (Is. 45:1).

Algumas coisas ficam bem definidas

1º) - Jeová reina sobre este mundo:
“Porque Jeová Altíssimo é tremendo, e rei grande sobre a toda a terra” (Sl. 47:2).
“Jeová reina sobre as nações: Jeová se assenta sobre o trono de sua santidade” (Sl. 47:8).
2º) - Jeová usava os exércitos das nações para matar e destruir.
3º) - Jesus afirmou que o seu reino não é deste mundo, logo não tem nenhuma ligação com
Jeová, pois Jesus veio para salvar os que Jeová destruía! E também o Pai de Jesus não pode ser Jeová, pois Jeová tem o ministério da morte e o Pai o ministério da vida.

O ministério da morte é exatamente o das guerras, por isso Jeová tinha um livro secreto onde registrava os nomes dos seus inimigos mortais.

“PELO QUE DIZ NO LIVRO DAS GUERRAS DE JEOVÁ; contra Vaebe e Sufá, e contra os ribeiros de Arnom” (Nm. 21:14).
O rei Amaleque tinha o seu nome na lista negra de Jeová, por ter resistido a Israel quando subia do Egito:

“E disse: Porquanto jurou Jeová, haverá guerra de Jeová contra Ameleque de geração em geração” (Êx. 17:16).

“E pagarei a Babilônia e a todos os moradores da Caldéia, toda a sua maldade, que fizeram em Sião, à vossa vista, diz Jeová. Eis-me aqui contra ti ó monte destruidor, diz Jeová, que destróis toda a terra; estenderei a minha mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte de incêndio. E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás numa assolação perpétua, diz Jeová. Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, santificai as nações contra ela, convocai contra ela os reinos de Arará, Mini e Asquenaz: ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como pulgão agitado. Santificai contra ela as nações, os reis da Média, os seus capitães e todos os seus magistrados, e toda a terra do seu domínio. Então tremerá a terra, e doer-se-á porque cada um dos desígnios de Jeová está firme contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma assolação, sem habitantes. Os valentes de Babilônia, cessaram de pelejar, ficaram nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres: incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos” (Jr. 51:24-30).

“Porque este dia é o dia do Senhor Jeová dos Exércitos, dia de vingança para se vingar dos seus adversários: e a espada devorará, e se fartar-se-á, e se embriagar-se-á com o sangue deles: porque o Senhor Jeová dos Exércitos tem um sacrifício na terra do norte junto ao rio Eufrates” (Jr. 46:10).

Só na guerra de Senaqueribe contra Israel, Jeová matou 185.000 homens.
“Sucedeu pois que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles: e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram corpos mortos. Então Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e foi, e voltou: e ficou em Nínive. E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrã-Meleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Arará e Esaradom, seu filho, reinou em seu lugar” (II Rs. 19:35-37).

3- Jeová matava pela peste. A peste era a bandeira que anunciava a presença de Jeová:

“Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés” (Hb. 3:5).

Para amedrontar a Faraó, cujo coração era endurecido pelo próprio Jeová, este Deus injusto mandou a peste sobre os animais do Egito.

“E Jeová fez esta cousa no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum. E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir o povo” (Êx. 9:6-7).

“Então disse Jeová a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó, e Aarão, teu irmão, será o teu profeta. Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Aarão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra! EU, PORÉM, ENDURECEREI O CORAÇÃO DE FARAÓ, e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas” (Êx. 7:1-3).

A obstinação não era de Faraó em não deixar ir o povo, mas era de Jeová em endurecer o coração do confuso Faraó. E a obstinação de Jeová era tanta, que não menos de oito vezes afirma ter operado o endurecimento (Êx. 4:21; 7:3; 10:1; 10:27; 11:10; 14:4; 14:8; 14:17).

Se Jeová endureceu a Faraó e ao povo egípcio, o culpado foi Jeová e não Faraó e seu povo, mas morreram todos os inocentes primogênitos do Egito pelo capricho sanguinário de um Deus discriminador?

“E aconteceu, à meia-noite que Jeová feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto" (Êx. 12:29-30).

Em seguida, Jeová endurece o coração de Faraó com a intenção de matar o exército egípcio:
“E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou Jeová. E eles, fizeram assim” (Êx. 14:4).
“E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. Eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, nos seus carros e nos cavaleiros. E os egípcios saberão que eu sou Jeová, quando for glorificado em Faraó nos seus carros e nos seus cavaleiros. E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles: também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel: e a nuvem era escuridade para aqueles, e para estes esclarecia a noite: de maneira que em toda noite não chegou um ao outro. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e Jeová fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. E os egípcios seguiram-nos e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e seus cavaleiros, até ao meio do mar. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna de fogo e da nuvem, viu o campo dos egípcios e alvoroçou o campo dos egípcios,, e tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque Jeová por eles peleja contra os egípcios. E disse Jeová a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre seus cavaleiros. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro: e Jeová derribou os egípcios no meio do mar. Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco: e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. Assim Jeová salvou Israel, naquele dia da mão dos egípcios: e Israel, viu os egípcios mortos na praia do mar” (Êx. 14:16-31).

O autor da perseguição ao povo de Israel através do mar não foi Faráo, mas Jeová, que os matou no mar e diz que dessa forma foi glorificado? Que gloria foi esta? De matar inocentes (pg.13). Seria este mundo um imenso picadeiro, cujos atores têm funções predeterminadas e com salários diferentes, em que, uma parte obedece fazendo o mal e outra obedece não fazendo o mal, e no fim uma parte é morta e maldita e outra continua viva e bendita para glorificação do dono do picadeiro? Só os cegos poderão aceitar um Deus capaz de tamanhas injustiças e atrocidades.

Em uma outra ocasião Jeová incitou o rei Davi a numerar Israel, o que Davi fez com todo o zelo para mostrar obediência. O texto diz assim:

“A ira de Jeová se tornou a acender contra Israel, e incitou a Davi contra eles dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” (II Sm. 24:1).

Se Jeová incitou, foi o autor da obra executada por Davi — servo obediente mas depois, como castigo mandou uma peste que matou 70.000 homens? (II Sm. 24:15).
Este ato de Jeová foi tão indigno de um Deus, que a mesma narrativa repetida no livro das Crônicas diz que foi satanás quem incitou a Davi a numerar o povo. Eu pergunto: Pode Deus ser comparado a Satanás? Se os seus atos forem reprovados, pode. E foi o próprio Davi quem reprovou esse ato monstruoso de Jeová.

“Estendendo pois o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, Jeová se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo de Jeová estava junto à eira de Araúna jebuseu. E, vendo Davi ao anjo que feria ao povo, falou a Jeová, e disse: Eis que eu sou o que pequei, e eu o que iniquamente obrei; porém estas ovelhas que fizeram? seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai” (II Sm. 24:16-17).

Surge uma nova pergunta: Pode Deus ser repreendido pelo homem? É claro que pode, se as ações desse Deus estão debaixo dos padrões humanos de justiça.
A peste era uma das armas prediletas de Jeová. Depois que Davi numerou o povo, Jeová mandou um vidente ameaçá-lo com as seguintes palavras:

“Ou três anos de fome, ou que três meses te consumas diante de teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias A ESPADA DE JEOVÁ, ISTO É, A PESTE NA TERRA, e o anjo de Jeová destruam todos os termos de Israel: vê, pois, agora que resposta hei de levar a quem me enviou” (I Cr. 21:12).

Não passava pela mente do Deus Jeová ganhar a simpatia e a admiração do seu povo. Ele não queria ser amado, mas temido. Seu método consistia, não em atrair pelo bem, mas em atormentar pelo mal.

“Porque os Senhor dos exércitos que te plantou, pronunciou contra ti o mal, pela maldade da casa de Israel e da casa de Judá, que para si mesmos fizeram, pois me provocaram à ira, queimando incenso a Baal” (Jr. 11:17).

“Ora pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz Jeová: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós; convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e as vossas ações” (Jr. 18:11).

“Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz Jeová; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo” (Jr. 21:10).

“Portanto assim diz Jeová dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar a todo o Judá” (Jr. 44:11).

“E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se se ocultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente e ela os morderá. E, se forem para o cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada para que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para mal, e não para bem” (Am. 9:3-4).

Jeová passava o tempo criando males para afligir o seu povo, em vez de criar algo que atraísse sua simpatia e seu amor.

“Eu forma a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, Jeová, faço todas estas coisas” (Is. 45:7).

“Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, Jeová teu Deus, então Jeová fará maravilhosas as tuas pragas, e as pragas de tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; E fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti. Também Jeová fará vir sobre ti toda a enfermidade, e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído. E ficareis poucos homens, em lugar de haverdes sido como as estrelas do céus em multudão; porquanto não destes ouvidos à voz de Jeová teu Deus. E será que, assim como Jeová se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos , assim Jeová se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra a qual tu passas a possuir” (Dt. 28:58-63).

O Deus Pai, de Jesus Cristo, enviou o seu Filho num gesto de amor infinito para ganhar o amor dos homens cansados das pragas e pestes de Jeová.

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores,” (Rm. 5:8).

“Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10).

Se os cristãos crêem que Jeová e o Pai de Jesus são a mesma pessoa, leiam com atenção o Velho Testamento e verão que houve dois tratamentos de justiça. No Velho Testamento, método foi do ódio, da ira, do furor, da opressão, da destruição e das mortandades. E no Novo Testamento, o método foi do amor, da misericórdia, da paz, da salvação, para todos. Deus é volúvel? Deus muda? Deus tem dois critérios? Segundo Pedro, João e Paulo, o Deus de Jesus só tem um critério: SALVAR.

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai. Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo mundo” (I Jo. 2:1-2).

“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (II Pd. 3:9).

“Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graça por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos um vida reta e sossegada, em toda piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:1-4).

“Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10).
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus. Porque, como as aflições de Cristo abundam em nós, assim também a nossa consolação abunda por meio de Cristo” (II Co. 1:3-5).

O amor do Pai atraiu e apaixonou de tal modo os discípulos de Jesus que todos queriam dar a vida por amor a Cristo.

“Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro” (Rm. 8:36).

“Desde agora ninguém me inquiete; porque eu trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl. 6:17).

“Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl. 1:24).

4- Jeová matava pela lei, isto é. A lei era instrumento pelo qual ensinava seu povo a ter piedade, pois matavam os infratores a sangue frio. Era uma verdadeira escola da morte.

“E julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as que derramam sangue; e entregar-te-ei ao sangue de furor e de ciúme. E entregar-te-ei nas suas mãos e derribarão as tua abóbada, e transtornarão os teus altos lugares, e te despirão os teus vestidos, e tomarão as tuas jóias de enfeite, e te deixarão nua e descoberta. Então farão subir contra ti um ajuntamento, e te apedrejarão com pedra, e te traspassarão com as suas espadas” (Ez. 16:38-40).

Se uma moça solteira, perdia a virgindade era condenada a morte.

“Quando um homem tomar mulher e, entrando a ela a aborrecer, e lhe imputar cousas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher, e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; então o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da moça, e levá-los-ão para fora aos anciãos da cidade, à porta: E o pai da moça dirá aos anciãos:

Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém ele a aborreceu; E eis que lhe imputou cousas escandalosas, dizendo: Não achei virgem a tua filha; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E estenderão o lençol diante dos anciãos da cidade. Então os anciãos da mesma cidade tomarão aquele homem, e o castigarão, e o condenarão em cem siclos de prata, e os darão ao pai da moça; porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, em todos os seus dias não a poderá despedir. Porém se este negócio for verdade, que a virgindade se não achou na moça, então levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão com pedras, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai: assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt. 22:13-21).
O adultério era punido com a morte inexorável. Ninguém investigava as causas. Há maridos que instigam suas mulheres só para ficarem livres.

“Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher: assim tirarás o mal de Israel (Dt. 22:22).

Nas questões entre vizinhos:

“Se alguns homens pelejarem, e um ferirem uma mulher grávida, e forem causa de que aborte,
porém se não houver morte, certamente será multado conforme ao que lhe impuser o marido da mulher, e pagará diante dos juizes. Mas se houver morte, então darás vida por vida” (Êx. 21:22-23).

“E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne se não comerá: mas o dono do boi será absolvido. Mas se o boi dantes era escorneador, e o seu dono foi conhecedor disso e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também o seu dono morrerá” (Êx. 22:28-29).

Os adivinhos eram mortos:

“Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles” (Lv. 20:27).
Blasfêmia contra Jeová:

“ E falou Jeová a Moisés, dizendo: Tira o que tem blasfemado para fora do arraial; e todos os que o ouviram porão a suas mãos sobre a sua cabeça: então toda a congregação o apedrejará. E aos filhos de Israel falarás, dizendo: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado. E aquele que blasfemar o nome de Jeová, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome de Jeová, será morto” - “E disse Moisés aos filhos de Israel que levassem o que tinha blasfemado para fora do arraial, e o apedrejassem com pedras: e fizeram os filhos de Israel como Jeová ordenara a Moisés” (Lv. 24:13-16, 23).

Os idólatras eram condenados à morte:
“Que for, e servir a outros deuses, e se encurvar a eles, ou ao sol, ou à lua, ou a todo exército do céu; o que eu não ordenei; e te for denunciado, e o ouvires; então bem o inquirirás: e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação em Israel, então levarás o homem ou a mulher que fez este malefício, às tuas portas, sim, o tal homem ou mulher, e os apedrejarás com pedras até que morram” (Dt. 17:3-5).

Quem sacrificasse a Moloque, deus dos amonitas:

“Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua semente a Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras” (Lv. 20:2).

Trabalhar no sábado era pecado mortal:

“Estando pois os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda congregação. E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Disse pois Jeová a Moisés: Certamente morrerá o tal homem; toda a congregação com pedras o apedrejará para fora do arraial. Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e com pedras o apedrejaram, e morreu; como Jeová ordenara a Moisés” (Nm. 15:32-36).
A lei ordenava que irmão matasse irmão:

“Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo que te é como tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade; não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás; mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar; e depois a mão de todo povo. E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar de Jeová teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt. 13:6-10).

A lei ordenava ao pai que matasse o filho:

“Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz; não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, para que todo o Israel o ouça, e tema” (Dt. 21:18-21).

A lei eliminava do coração do povo qualquer indício de misericórdia e bania para sempre a piedade fraternal. O povo se tornou em pedras insensíveis. Então Jeová promete tirar o coração de pedra e colocar um coração de carne para que guardem a lei.

“E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne, para que andem nos meus estatutos, e guardem meus juízos e os executem; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez. 11:19-20).

Mas é impossível alguém guardar a lei sem ficar empedernido. Paulo apóstolo definiu a dispensação da lei de Jeová como o ministério da morte.

“O qual nos fez também capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, e o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça” (II Co. 3:6-9).

O povo era tão endurecido e condicionado, que se enfurecia de maneira incontrolável quando era contrariado na sua fé legalista. Esta verdade é comprovada quando Estêvão pronunciou a sua defesa.

“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. E ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, que está em pé à direita de Deus. Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram os seus vestidos aos pés de um mancebo chamado Saulo. E apedrejaram a Estêvão que em invocação, dizia; Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz; Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (At. 7:51-60).
E quem ensinou a apedrejar foi Jeová, o misericordioso.

5- Jeová mandava matar criancinhas. Começou o ministério da morte das criancinhas, quando ele estabeleceu o pacto da circuncisão com Abraão. Todo macho que não fosse circuncidado seria morto.

“E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o macho nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos: quebrantou o meu concerto” (Gn. 17:11-14).

Quando Coré, juntamente com Datã e Abirão, se rebelaram contra Moisés e contra Arão tentando assumir a liderança do povo no deserto, as criancinhas também desceram vivas ao sepulcro pela ira de Jeová.

“Levantaram-se pois do redor da habitação de Coré, Datã e Abirão. E Datã e Abirão saíram, e se puseram à porta das suas tendas, juntamente com as suas mulheres, e seus filhos, e suas crianças. Então disse Moisés: Nisto conhecereis que Jeová me enviou a fazer todos estes feitos, que do meu coração não procedem. Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como se visitam todos os homens, então Jeová me não enviou. Mas, se Jeová criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então conhecereis que estes homens irritaram a Jeová. E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu; e a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu do clamor deles; porque diziam: Para que por ventura também nos não trague a terra a nós. Então saiu fogo de Jeová, e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso” (Nm. 16:27-35).

Israel teria de pelejar contra os amorreus no caminho para Canaã.

“Levantai-vos, parti e passai o ribeiro de Arnom; eis aqui na tua mão tenho dado a Seom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra; começa a possuí-la, e contende com eles em peleja” (Dt. 2:24).

“Mas Seom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por ele, porquanto Jeová teu Deus endurecera o seu espírito, e fizera obstinado o seu coração, para to dar na tua mão, como neste dia se vê. E Jeová me disse: Eis aqui, tenho começado a dar-te Seom e a sua terra diante de ti; começa pois a possuí-la, para que herdes a sua terra. E Seom saiu-nos ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, a Jaaz; e Jeová nosso Deus no-lo deu diante de nós, e o ferimos a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo. E naquele tempo tomamos toda as suas cidades, e destruímos todas as cidades, homens, e mulheres, e crianças: não deixamos a ninguém” (Dt. 2:30-34). As criancinhas não eram poupadas.

Logo em seguida, o exército de Israel pelejou contra Ogue, rei de Basã.

“Depois nos viramos e subimos o caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Edrei. Então Jeová me disse; Não o temas, porque a ele e a todo o seu povo, e a sua terra, tenho dado na tua mão: e far-lhe-ás como fizeste a Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom. E também Jeová nosso Deus nos deu na nossa mão a Ogue, rei de Basã, e a todo o seu povo: de maneira que o ferimos, até que ninguém lhe ficou de restante. E naquele tempo tomamos todas as suas cidades; nenhuma cidade houve que lhes não tomássemos; sessenta cidades, toda a borda da terra de Argobe, o reino de Ogue em Basã. Todas estas cidades eram fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos: além de outras muitas cidades sem muros. E destruímo-las como fizemos a Seom, rei de Hesbom, destruindo todas as cidades, homens, mulheres e crianças” (Dt. 3:1-6). Também nesta guerra as crianças foram mortas.

Na famosa história da conquista de Jericó, quando sete sacerdotes iam tocando suas businas juntamente com a arca do concerto, por sete dias rodearam solenemente a cidade tocando suas buzinas. Ao dar a última volta, no sétimo dia, Josué deu o aviso dizendo ao exército: GRITAI ! Gritou o povo, e os sacerdotes tocaram as buzinas. Os altos muros da cidade vieram abaixo, e o exército de Jeová invadiu a cidade.

“Gritou pois o povo, tocando os sacerdotes as buzinas: e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade. E, tudo quanto na cidade havia, destruíram totalmente ao fio da espada, desde homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento” (Js. 6:20-21).

O que é de estranhar neste episódio sangrento, é que ao mesmo tempo em que as crianças todas eram passadas a fio de espada, Jeová deu ordem para saquear todo o ouro e a prata para o seu tesouro particular.

“Tão somente guardai-vos do anátema, para que não vos metais em anátema tomando dela, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o turveis. Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro, são consagrados a Jeová; irão ao tesouro de Jeová” (Js. 6:18-19).
Para Jeová, o ouro e a prata tinham valor, mas a vida das pobres criancinhas não tinham valor algum. Mas a prostituta Raabe foi salva como prêmio por ter escondido no seu telhado os espias de Israel que tinham ido sondar o terreno. Se salvou a prostituta porque não as crianças inocentes?

“E enviou Josué, filho de Num, dois homens desde Sitim a espiar secretamente, dizendo: Andai e observai a terra, e a Jericó. Foram pois, e entraram na casa duma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. Então deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel, para espiar a terra. Pelo que enviou o rei de Jericó a Raabe, dizendo: Tira fora os homens que vieram a ti, e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. Porém aquela mulher tomou a ambos aqueles homens, e os escondeu, e disse: È verdade que vieram homens a mim, porém eu não sabia donde eram. E aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, aqueles homens saíram; não sei para onde aqueles homens se foram: ide após deles depressa, porque vós os alcançareis. Porém ela os tinha feito subir ao telhado, e os tinha escondido entre as canas do linho, que pusera em ordem sobre o telhado” (Js. 2:1-6).

No livro dos Juízes temos outra matança de crianças em Jabes-Gileade.

“Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derribaram por terra naquele dia vinte e dois mil homens de Israel” (Jz. 20:21).

De quem partia a ordem para matar as pobres criancinhas? Vejamos:

“Então disse Samuel a Saul: Enviou-me Jeová a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve pois agora voz das palavras de Jeová. Assim diz Jeová dos exércitos: E me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. Vai pois agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homens até à mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até as ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos” (I Sm. 15:1-3).

Por trás dessas matanças de inocentes estava um Deus Todo-Poderoso que mandou matar toda a descendência de Jeroboão:

“Naquele tempo adoeceu Aías filho de Jeroboão. E disse Jeroboão a sua mulher: Levanta-te agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão: e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías, o qual falou de mim, que eu seria rei sobre este povo. E toma na tua mão dez pães, e bolos e uma botija de mel, e vai a ele: e ele te declarará o que há de suceder a este menino” - “Portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão, e separarei de Jeroboão todo o homem, até ao menino, tanto o encerrado como o desamparado em Israel; e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe. Quem morrer a Jeroboão na cidade os cães o comerão, e o que morrer no campo as aves do céu o comerão, porque o Senhor o disse. Tu pois levanta-te, e vai-te para tua casa: entrando teus pés na cidade, o menino morrerá” - “Então a mulher de Jeroboão se levantou, e foi, e veio a Tirzá: chegando ela ao limiar da porta, morreu o menino” (I Rs. 14:1-3; 10-12; 17.

Mandou matar toda a descendência de Baasa, rei de Israel:

“No ano terceiro de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirzá, e reinou vinte e quatro anos. E fez o que parecia mal aos olhos de Jeová: e andou no caminho de Jeroboão e no seu pecado com que tinha feito pecar a Israel” (I Rs. 15:33-34).
“Então veio a palavra do Senhor a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, dizendo: Porquanto te levantei do pó, e te pus por chefe sobre meu povo Israel, e andaste no caminho de Jeroboão, e fizeste pecar o meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados. Eis que tirarei os descendentes de Baasa, e os descendentes da sua casa, e farei à tua casa como à casa de Jeroboão, filho de Nebate. Quem morrer a Baasa na cidade os cães o comerão; e o que dele morrer no campo as aves do céu o comerão” (Rs. 16:1-4).

- mandou matar toda a descendência de Acabe, rei de Israel:

“Eis que trarei mal sobre ti, e arrancarei a tua posteridade e arrancarei de Acabe a todo homem, como também o encerrado e o desamparado em Israel; e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías: por causa da provocação, com que me provocaste, e fizeste pecar a Israel. E também acerca de Jezabel falou Jeová, dizendo: Os cães comerão a Jezabel junto ao antemuro de Jizreel. Aquele que de Acabe morrer na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão” (I Rs. 21:21-24).
Jeová, o Deus da ira, da vingança, matou crianças dentro do templo:

“Matai velhos, mancebos, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo homem que tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa. E disse-lhes: Contaminai a casa e enchei os átrios de mortos: saí. E saíram, e feriram na cidade. Sucedeu pois que, havendo-os eles ferido, e ficando eu de resto, caí sobre a minha face, e clamei, e disse: Ah Jeová! Dar-se-á caso que destruas todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre Jerusalém? (Ez. 9:6-8).
Matou o filhinho de Davi com Batseba por vingança:

“Então Natã foi para sua casa; e Jeová feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, e adoeceu gravemente. E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra. Então os anciãos da sua casa se levantaram e foram a ele para o levantar da terra; porém ele não quis, e não comeu pão com eles. E sucedeu que ao sétimo dia morreu a criança: e temiam os servos de Davi dizer-lhe que a criança era morta, porque diziam: Eis que, sendo a criança ainda viva, lhe falávamos, porém não dava ouvidos à nossa voz; como pois lhe diremos que a criança é morta? Porque mais mal lhe faria. Viu porém Davi que seus servos falavam baixo e entendeu Davi que a criança era morta, pelo que disse Davi aos seus servos: É morta a criança? E eles disseram: É morta. Então Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, e mudou de vestidos, e entrou na casa de Jeová e adorou: então veio a sua casa, e pediu pão; e lhe puseram pão, e comeu” (II Sm. 12:15-20).

Mas Jeová escreveu na sua lei que os filhos não morrem pelo pecado dos pais:

“Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada qual morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16).

E Isaías 14:21? - “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de cidades”.

Como fica? Jeová deu o mandamento: NÃO MATARÁS. Jeová deu outro mandamento dizendo que os filhos não morrerão pelos pecados dos pais, e o mesmo Jeová é matador de crianças? É um absurdo!

Jeová não matava somente criancinhas já nascidas, mas matava as encerradas no ventre, antes de nascer. O profeta Oséias profetizou da parte de Jeová.

“Samaria virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus: cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio” (Os. 13:16).

Essa profecia se cumpriu em II Reis 15:13-16:

“Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá: e reinou um mês inteiro em Samaria. Porque Menaém filho de Gadi, subiu de Tirzá, e veio a Samaria: e feriu a Salum, filho de Jabes em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar. Ora o mais dos sucessos de Salum, e a conspiração que fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia como também a seus termos desde Tirzá, porque não lha tinham aberto;e os feriu pois, e a todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio.”

É pavoroso!

Mas Jeová fez ainda algo mais infernal, que mandar matar crianças. Foi obrigar as mães piedosas a matarem seus filhinhos para comer.

“As mãos das mulheres piedosas cozeram os próprios filhos: serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo. Deu Jeová cumprimento ao seu furor: derramou o ardor da sua ira, e acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos” (Lm. 4:10-11).

“E sucedeu, depois disto, que Benadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército: e subiu, e cercou a Samaria. E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça de jumento por oitenta peças de prata, e a quarta parte dum cabo de esterco de pombas por cinco peças de prata.

E sucedeu que, passando o rei de pelo muro uma mulher lhe bradou, dizendo: Acode-me, ó rei meu senhor. E ele lhe disse: Se Jeová te não acode, donde te acudirei eu, da eira ou do lagar?
Disse-lhe mais o rei: Que tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá cá o teu filho, para que hoje o comamos e amanhã comeremos o meu filho. Cozemos pois o meu filho, e o comemos; mas dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá cá teu filho para que o comamos; escondeu o seu filho. E sucedeu que, ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou os seus vestidos, e ia passando pelo muro; e o povo e viu que trazia cilicio por dentro, sobre a sua carne” (II Rs. 6:24-30).

A prova de que Jeová é o autor destes atos monstruosos está no livro da lei de Jeová, quando lança suas maldições.

“E, comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der Jeová teu Deus, no cerco e no aperto com seus inimigos te apertarão. Quanto ao homem mais mimoso e mui delicado entre ti, o seu olho será maligno contra o seu irmão, e contra a mulher de seu regaço, e contra os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem. De sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto com que teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. E quanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra o seu filho, e contra a sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e por causa de seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas. Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres a este nome glorioso e terrível, a Jeová teu Deus” (Dt. 28:53-58).

E Jesus Cristo? Que diz Jesus a respeito das criancinhas?

“E traziam-lhe meninos para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhos traziam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino de maneira nenhuma entrará nele. E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou” (Mc. 10:13-16).

Uma coisa é clara e evidente no Velho Testamento. Jeová ordenou: “NÃO MATARÁS”. E Jeová matava culpados e inocentes, velhos e crianças, bons e maus. Matava um e matava centena de milhares. Pecou contra sua própria lei e a invalidou, por isso Cristo veio a este mundo e mudou tudo o que Jeová fez.

“Porque mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar. Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a esta tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda se à semelhança de Melquisedeque que se levantar outro sacerdote, que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade, (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb. 7:12-19).

A lei que Jesus trouxe foi a do amor do Pai.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).

“Um novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros” (Jo. 13:34).

“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo. 15:13).

E Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo. 10:30).

“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis ao meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus:

Estou há tanto tempo convosco, e ainda não me tendes conhecido, Felipe? quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai em mim: crede-me ao menos, por causa das mesmas obras” (Jo. 14:7-11).

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Evangelho de Judas (o traidor) ???

por Dennis Downing


“Atenção! Foi encontrado esta semana no porão de uma casa abandonada em São João del Rei, Minas Gerais, o testamento de Joaquim Silvério dos Reis. Segundo o documento, foi o próprio Joaquim José da Silva Xavier, ou “Tiradentes,” que havia pedido ao então amigo, Joaquim Silvério, que o traísse. O motivo seria para provocar com o martírio de Tiradentes uma reação entre o povo que levaria a revolta da Inconfidência Mineira a uma dimensão nacional. O documento, datado pelas autoridades competentes entre os anos 1890 e 1900, é considerado uma descoberta de valor incalculável, pois poderá levar à revisão de alguns princípios importantes da história do Brasil. Será que o Joaquim Silvério, ao invés de ser o traidor de Tiradentes, teria sido seu fiel colaborador? Será que a condenação desta figura foi de fato um erro trágico da história? Mais detalhes na próxima edição de sua revista eletrônica semanal!”

Certamente, ao se deparar com a “reportagem” acima, qualquer cidadão que prestasse atenção teria reparado na data do “documento histórico” – entre 1890 e 1900. Segundo a história, Tiradentes morreu em 1792, ou seja, cem anos antes do alegado “testamento de Joaquim Silvério dos Reis” ter sido escrito. Embora um documento “histórico” alegue revelar detalhes até então escondidos, é fundamental se perguntar primeiro sobre a credibilidade desta fonte. Será que a imprensa daria importância a um “testamento” como este? Ou, não iriam exigir que fossem apresentadas evidências convincentes de que este documento realmente tinha ligação direta com as figuras históricas citadas, já que o “testamento” pode mudar radicalmente a percepção de figuras históricas?

Este “detalhe” parece ter escapado aos repórteres dos jornais e “revistas eletrônicas” que deram destaque recentemente ao chamado “Evangelho de Judas”. Apesar do chamado “Evangelho de Judas” ter sido escrito cerca de 200 anos após a vida de Jesus, os repórteres indagaram se não promoveria uma revolução no Cristianismo. O “Jornal da Globo” na sua reportagem declarou “Teria sido Judas o melhor discípulo, e não o traidor de Jesus Cristo? Uma descoberta arqueológica, apresentada nesta quinta-feira, ressuscitou uma discussão milenar.”

O site da National Geographic – Brasil começa sua reportagem com as seguintes palavras sugestivas: “Esta é uma revelação que com certeza vai suscitar discussões acaloradas: De acordo com um texto antigo recém-descoberto, o chamado ‘Evangelho de Judas’, o discípulo conhecido por ter traído Jesus pode ter sido o servo mais fiel do Cristo e ter aceitado a desgraça perpétua por levá-lo à morte – devido a um pedido do próprio Salvador.” Houve, mais uma vez, questionamento das bases da fé Cristã, como se qualquer documento antigo valesse para por em cheque a veracidade dos relatos bíblicos sobre a vida de Jesus.

Uma breve análise dos fatos revelaria que não há motivo algum para confiar no suposto “Evangelho de Judas”. Aos fatos. O documento intitulado “O Evangelho de Judas” anunciado com grande alarde pelo National Geographic Society é um códice (ou seja, um documento em forma de livro e não um manuscrito em forma de rolo) de 23 folhas de papiro escrito em copta. De acordo com o site do National Geographic, a data do manuscrito, usando os métodos tradicionais como carbono 14 e paleografia, foi estimada entre o terceiro e quarto séculos.

1. Data do manuscrito

É importante lembrar que o documento datado entre o terceiro e quarto séculos foi escrito pelo menos 200 anos depois dos fatos históricos que supostamente trata. O próprio site da National Geographic Society demonstra que, analisado do ponto de vista da paleografia, o estudo de antigas formas de escrita, o documento seria datado em torno do ano 400, ou seja, o início do quinto século. O professor Stephen Emmel, perito em copta da Universidade de Munster, comparando o suposto “Evangelho de Judas” com os documentos da seita gnóstica de Nag Hammadi declarou “minha inclinação imediata seria dizer que o Evangelho de Judas foi escrito por um escriba naquele mesmo período, vamos dizer cerca do ano 400”.

Copta, o dialeto do chamado “Evangelho de Judas” começou a ser usado no Egito em torno do ano 200. Foi em copta que os manuscritos gnósticos de Nag Hammadi foram escritos. Estes são datados seguramente entre o terceiro e quarto séculos. O professor Stephen Emmel, destacou a semelhança entre o estilo de escrita do “Evangelho de Judas” e os documentos gnósticos de Nag Hammadi. A evidência científica, portanto, indica que o documento pode ser ainda mais distante dos dias de Jesus, talvez de um período entre os anos 300 e 400. Ou seja, o documento sobre o qual tanta especulação a respeito do “verdadeiro Judas” está sendo levantada, possivelmente teve sua origem cerca de 200 anos depois que Judas morreu.

2. Ligação com citação de Irineu

Irineu, um teólogo respeitado do segundo século, demonstrou conhecimento de um suposto “Evangelho de Judas” cerca do ano 180 d.C. Alguns estudiosos alegam que o códice em copta descoberto recentemente seria uma cópia do documento ao qual Irineu se referiu, aproximando assim o suposto “Evangelho de Judas” ao período histórico em que o verdadeiro Judas viveu.

Primeiro, Irineu, em sua referência, não citou nem uma frase do documento, de tão profundo seu desprezo pelo seu conteúdo. Portanto, não há como afirmar que o “Evangelho de Judas” ao qual Irineu se referiu, e o documento analisado pela National Geographic Society sejam os mesmos. Qualquer afirmação neste sentido é pura especulação.

Segundo, embora pudessem ser provados os mesmos, temos ainda o fato que Irineu também não era contemporâneo dos personagens principais – Jesus e Judas. Irineu nasceu cerca de cem anos após a morte de Cristo. Portanto, cronologicamente, qualquer documento que Irineu tivesse conhecido ainda estaria pelo menos cem anos distante dos dias de Jesus e do suposto autor, Judas.

3. Autoria do documento

É importante reconhecer que o suposto “Evangelho de Judas” provavelmente não tem nenhuma ligação com o Judas histórico e muito menos com o próprio Jesus. É bem provável que este documento tenha sido fruto do fenômeno de pseudonímia, prática relativamente comum nos primeiros séculos. Esta prática envolvia o uso de nomes de personagens famosos para emprestar credibilidade a documentos, inclusive “evangelhos”, cujo conteúdo teria sido totalmente ignorado, se não fosse o uso de uma autoria falsificada.

Em relação a esta prática, o perito Ben Witherington observou “A pseudonímia era uma prática daqueles que não tiveram autoridade suficiente por si mesmos para criar textos sagrados e por isso pegaram 'emprestado' o nome de uma figura anterior ilustre, ou neste caso notória, para criar o ar de um documento de testemunha ocular autêntico. Precisa ser dito que esta prática era muito claramente denunciada não só por pais de igreja, como Tertuliano, Irineu e Hipólito, que nos falam sobre monges e padres sendo expulsos por ter inventado documentos desta natureza, mas no mundo Greco-romano maior havia várias pessoas que lamentaram esta prática e viram isto como uma forma de decepção e fraude. Por exemplo, Cícero e Quintiliano se queixam de pessoas criando documentos em nome deles, mas, com os quais eles não tiveram nada a ver. Havia, de fato, um problema moral com tais documentos naquela época, como agora. Não era um 'prática literária aceitável daquela era' como alguns poderiam nos levar a acreditar." [Traduzido de um artigo de Ben Witherington sobre o suposto “Evangelho de Judas”.]

Se foram produzidos documentos usando falsamente os nomes de figuras ainda vivas que podiam se defender, imagine com pessoas já falecidas. É preciso lembrar que falsificações no meio arqueológico, sobretudo quando se trata de material ligado a assuntos bíblicos, não é novidade. Em 2002 foi exibida com alarde semelhante ao suposto “Evangelho de Judas” uma caixa de calcário que, segundo análise da época, teria sido o ossário de Tiago, irmão de Jesus. A própria National Geographic Society noticiou a “descoberta”. Menos de um ano depois a mesma organização teve que também citar fontes de renome como a Autoridade de Antiguidades de Israel que pronunciaram a “descoberta” como falsificada. O ossário teria idade da época de Jesus, mas a inscrição, se referindo a Tiago, filho de José, irmão de Jesus, teria sido forjada nos últimos anos.

As falsificações e enganos existiram nos dias de Jesus e continuam ludibriando leigos e até peritos ainda hoje. Qualquer confiança colocada nas palavras de um homem tido como traidor pelos companheiros mais próximos é, no mínimo, arriscada. De fato é bem provável que nem foi o próprio Judas que escreveu ou revelou o conteúdo do suposto “Evangelho de Judas”.

4. Autenticidade do documento

Embora algumas reportagens fizeram questão de dizer que o documento foi “autenticado”, na verdade a única coisa que os peritos podem autenticar é a data que, como vimos, só pode ser estimada entre o terceiro e quinto século. Avaliando todas as datas propostas pelos peritos, dificilmente o códice teria sido escrito com menos de 200 anos após a vida de Jesus. A única coisa que esta “autenticidade” prova é que o documento foi produzido pelo menos 200 anos após a morte do seu suposto autor, Judas. Não há nenhuma prova concreta de que este documento é uma cópia de algo que podia ser escrito pelo verdadeiro Judas. Pelo contrário, as evidências existentes indicam que o documento teria sido produzido pelo menos um século após a morte de Judas.

5. O conteúdo do “Evangelho de Judas”

Agora passaremos a examinar o conteúdo do suposto “Evangelho de Judas” em comparação com os Evangelhos da Bíblia. Há várias características do suposto “Evangelho de Judas” que estão em pleno conflito com os relatos históricos sobre Jesus e o Judas histórico. As reportagens a respeito do documento levantaram questionamentos sobre a veracidade histórica dos quatro Evangelhos. Mas, é importante notar que o “Evangelho de Judas” se trata de um documento só, escrito pelo menos 200 anos após os fatos históricos, e que tenta apresentar um retrato em plena contradição com quatro versões de autores diferentes, todos os quais concordaram sobre a atuação de Judas e a pessoa histórica de Jesus.

Vale lembrar que, diferente do suposto “Evangelho de Judas”, os quatro Evangelhos da Bíblia foram escritos e circularam entre pessoas que viviam nos dias de Jesus e que podiam contestar os relatos e informações neles contidos. Estes Evangelhos foram lidos e comentados por teólogos da época que também podiam contestar os relatos sobre Jesus e o próprio Judas. No entanto, toda a evidência existente da época indica que os quatro Evangelhos foram bem aceitos por testemunhos oculares dos eventos históricos e por outras pessoas que ouviram os relatos dos mesmos. Há, portanto, motivos de sobra para confiar nos Evangelhos da Bíblia.

- Segundo o “Evangelho de Judas”, Jesus freqüentemente não apareceu como si mesmo, mas, como uma criança. “Freqüentemente ele não apareceu aos discípulos como si mesmo, mas, foi achado entre eles como uma criança.” [Não há nenhum relato nos outros quatro Evangelhos, nem dos outros autores do resto do Novo Testamento inteiro que seja remotamente semelhante a tal afirmação estranha.]

- No “Evangelho de Judas” várias vezes Jesus ri dos discípulos. Uma vez ele ri de uma oração que os discípulos fazem, provocando-os à ira. [O verdadeiro Jesus jamais desprezou uma demonstração sincera de fé como a oração dos discípulos. Ao contrário, como Mateus afirmou a respeito de Jesus, citando o profeta Isaías, Jesus “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega” Mat 12:20. Esta profecia nos lembra que, para Jesus, qualquer demonstração de fé sincera é para ser cuidada e preservada, não desprezada ou ridicularizada. O Jesus dos Evangelhos da Bíblia seria incapaz de insultar ou desprezar a fé de seus seguidores. Quando os discípulos discutem entre si quem é o maior no Reino, uma postura que merecia ser criticada por Jesus, ele dá uma demonstração da humildade que precisam, colocando uma criança no seu colo e ensinando com toda paciência (Mc 9:33-37). Veja também Mt 9:13; 11:28-29; Lc 4:18-19.]

- Jesus diz a Judas “Você será o décimo terceiro, e você será amaldiçoado pelas outras gerações – e você irá reinar sobre elas.” [O verdadeiro Jesus, retratado nos quatro Evangelhos legítimos, ao invés de exaltar posição e poder, chama seus seguidores a se humilharem e se submeterem, uns aos outros, como ele mesmo fez – como um servo: Mat 18:1-4; 20:25-28; 23:8-12;; 10:42-45; Lc 9:46-48; 22:24-27; João 13:1-17]

Típico do gnosticismo, o documento contém várias referências a revelações secretas e conhecimento reservado só para um grupo seleto: O documento começa: “O relato secreto da revelação que Jesus falou em conversa com Judas Iscariotes durante uma semana três dias antes que ele celebrou a Páscoa.”

O suposto evangelho continua, enfatizando mistérios e revelações secretas.
- “Ele começou a falar com eles sobre os mistérios além do mundo e o que aconteceria no fim.”
- “Jesus disse a eles ‘Como é que vocês me conhecem? Verdadeiramente [eu] digo a vocês, nenhuma geração do povo que está entre vocês irá me conhecer.”
- “Sabendo que Judas refletia sobre algo exaltado, Jesus disse a ele ‘Separe-se dos outros e eu lhe contarei os mistérios do reino’.”
- Jesus diz a Judas “[Venha] para que eu possa lhe ensinar sobre [segredos] que nenhuma pessoa [tem] jamais visto. Porque existe um domínio vasto e sem limites, cuja extensão nenhuma geração dos anjos tem visto…”

O apóstolo e evangelista João escreveu duramente contra a tendência gnóstica de exaltar conhecimento “especial” e “escondido”.

1 João 2:18-29 (ARA) 18 Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. 19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. 20 E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento. 21 Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade. 22 Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. 23 Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai. 24 Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. 25 E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. 26 Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar. 27 Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. 28 Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. 29 Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.

João assegurou à primeira geração de Cristãos que o conhecimento que já haviam recebido, revelado por meio dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, era suficiente e completo. Eles não precisavam de revelações extras ou especiais. Notamos que a ênfase de João não está em conhecimento novo de coisas escondidas, e sim, na prática daquilo que já conhecem (vv. 28-29).

No Apocalipse o Senhor declarou que tal “conhecimento” de “coisas profundas” de fato vinha de Satanás (Apoc 2:24). Apocalipse 2:24 (ARA) “Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós.”

Uma das insinuações mais equivocadas do alegado “Evangelho de Judas” diz respeito à morte de Jesus. Consistente com o pensamento gnóstico, o documento dá a idéia de que Jesus queria “escapar” do seu corpo físico. O gnosticismo ensinava um dualismo, provavelmente procedente da filosofia grega, que via o corpo e o espírito como duas realidades em conflito. Tudo que era material, como o corpo, era mal e tudo que era “espiritual”, como a alma, era bom. Segundo o suposto “Evangelho”, Jesus diz a Judas “Mas, você ultrapassará todos eles. Pois você irá sacrificar o homem que me reveste.” De acordo com o pensamento gnóstico, a alma de Jesus (o bom) queria se livrar do corpo (o material e, portanto, mal).

Contrário a este dualismo, a Bíblia não atribui um caráter necessariamente mal ao corpo físico. De fato, o corpo físico será ressuscitado no dia de julgamento e neste corpo o espírito do homem permanecerá para eternidade. A doutrina da ressurreição corporal de Jesus Cristo após a sua crucificação é fundamental para todo Cristianismo. Este fato foi atestado pelos quatro Evangelhos e pelo apóstolo Paulo (Mateus 28:1-7; Marcos 16:1-6; Lucas 24:1-8; João 20:1-9; 1 Coríntios 15:2-5; 14). Existem cópias destes documentos, ou citações deles por outros autores da época atestando este fato, datados dentro de uma geração da vida e morte de Jesus. Que os primeiros Cristãos acreditaram na morte e ressurreição corporal de Jesus é um fato histórico incontestável.

Mas, é preciso reconhecer que este fato tem implicações para crenças como do gnosticismo do “Evangelho de Judas”. Se Jesus ia voltar para seu corpo, se ele ia ressuscitar neste corpo, por que desprezar o corpo? Para que se apressar em se livrar de um corpo para o qual ele iria voltar? Foi este mesmo corpo, perfurado e ferido, que serviu Jesus como prova palpável da sua ressurreição (Lucas 24:39-40; João 20:25-27).

O Apóstolo João escreveu “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida…” (1 João 1:1). Ele escreveu isso porque, já na sua época, pessoas enganadas pelo gnosticismo nascente questionaram se Jesus havia ressuscitado corporalmente. E, João, que foi testemunho da ressurreição de Cristo, confirmou o fato com toda segurança.

O texto do suposto “Evangelho de Judas” não amplia nem melhora nosso conhecimento do Cristianismo, e sim, das seitas heréticas que desenvolveram suas bases após o início da era Cristã. Este documento tem valor histórico, pois confirma características do gnosticismo, como a ênfase no conhecimento e em revelações secretas. Mas, ele não nos ajuda a conhecer e seguir melhor o Jesus Cristo histórico, o Jesus da verdade.

De fato, é um equívoco chamar este documento de “Evangelho” pois o próprio nome significa “Boas Notícias”. Se o Jesus do alegado “Evangelho de Judas” é o verdadeiro, ele foi um homem que desprezou seus seguidores na sua falta de conhecimento, fez um jogo de esconder informações preciosas dos seus próprios discípulos, incentivou a concorrência entre seus seguidores e finalmente desprezou o próprio corpo que Deus o deu. Se isso é o verdadeiro Jesus, não há nada de Evangelho sobre ele. Graças a Deus, temos quatro Evangelhos verdadeiros que nos revelam tudo que precisamos saber sobre o verdadeiro Jesus. E o que vemos nos verdadeiros Evangelhos é boa notícia mesmo. Devemos é valorizar e conhecer melhor estes documentos preciosos e verdadeiros!

Conclusão

Há vários outros motivos pelos quais este suposto “Evangelho” deve ser questionado e finalmente rejeitado. Mas, outra fonte que devemos questionar é a própria mídia atual que parece se deleitar em apresentar “novidades” a respeito da fé Cristã, praticamente todas as quais colocam em dúvida a veracidade dos relatos bíblicos. Basta chegar Natal ou a Páscoa e lá vão aparecer as reportagens de um novo “Evangelho” ou “provas” da antiguidade sobre uma suposta amante oculta de Jesus.

Será que devemos esperar mais da mídia? Infelizmente, a resposta é não. A mídia atual se habituou a contar meias verdades, uma mistura de fatos e insinuações plausíveis que inclinam facilmente a verdade numa direção ou outra, de acordo com caprichos políticos, econômicos e até ideológicos. Às vezes, parece que o principal critério de base é se a história vai ter uma boa vendagem.

Em casos como do suposto “Evangelho de Judas” e a falta de análise objetiva dos fatos, vale a pergunta se a mídia atual ainda tem condições de discernir a verdade. Há muitas alegações a respeito do que "A Igreja" supostamente fez nos tempos primordiais do Cristianismo para esconder a verdade. E será que a mídia de hoje é diferente? Ela não tem seus interesses e sua agenda? É como o personagem de Dryden, representado perfeitamente pelo ator Claude Rains, em Lawrence da Arábia, diz “Um homem que conta mentiras apenas esconde a verdade, mas um homem que conta meias verdades esqueceu-se de onde a colocou.”

Os “outros” evangelhos? Paulo tinha toda razão – “Ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!” Gálatas 1:8 (NVI).

Quanto à verdade, leia o Evangelho:

- E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João 1:14

- Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. João 1:17

- Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus. João 3:21

- Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. João 4:23-24

- Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes. João 8:44-45

- Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. João 17:17-19

Aonde está a verdade? Você já sabe. Você conhece a fonte. A questão agora é se você vai beber daquela fonte ou da outra. Hoje à noite você pode abrir o jornal, acessar um site de notícias, ler uma revista ou ligar o jornal da televisão. Você pode se aprofundar num livro "histórico" fascinante, ou assistir um filme que retrata personagens verídicos. Lá você verá e ouvirá muita coisa fascinante, algumas verdades, algumas meias verdades, e algumas mentiras. Será que vai conseguir distinguir uma da outra? E, depois de muito ver e ouvir esta mistura sedutora, será que você vai se importar?

Você pode beber, todos os dias, de uma fonte cuja versão da verdade é, no mínimo duvidosa. Ou, você pode abrir sua Bíblia e conhecer melhor a pura verdade, a mais pura que existe. A Verdade mesmo – Jesus Cristo. E esta Verdade traz boas notícias mesmo. Esta Verdade lhe ajuda a não só conhecer a verdade. Ela lhe ajuda a também distinguir entre verdades e mentiras e a mistura venenosa dos dois. Hoje mesmo você decide de qual fonte vai beber. A escolha é sua.